- por Gary Finnegan

Uso de fatores ambientais para prever surtos de dengue

A dengue se desenvolve principalmente em comunidades pobres, onde os recursos são limitados. No entanto, se surtos forem identificados cedo, os recursos disponíveis podem ser utilizados para combater ao máximo os surtos.

Um projeto com sede na Califórnia, o Brazil Health and Air Quality Team visa à utilização de dados ambientais prontamente disponíveis para prever a possibilidade de surtos, dando às pessoas afetadas uma vantagem na implantação de recursos para controlar o vetor (mosquito). 

O objetivo final do projeto é mapear o risco de surtos de dengue, mas para isso primeiro eles precisavam entender a relação entre fatores ambientais, como temperatura e umidade, e o risco de surtos.

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A equipe começou com a criação de um modelo do potencial de epidemia de dengue em áreas urbanas do Brasil, entre 2003 e 2012. O potencial de epidemia é definido como “capacidade de uma doença permanecer em uma população, em função do estilo de vida e da atividade do vetor, mortalidade e o período de incubação necessário da doença.”

Usando dados históricos sobre a umidade e a temperatura, eles encontraram uma correlação entre surtos, baixas temperaturas e alta umidade:os surtos aumentam significativamente de dois a três meses após um período de temperatura inferior à média e de um ou dois meses após um período de umidade superior à média.

A equipe usará essas informações para mapear o risco de surtos de dengue, mas primeiro eles planejam entender melhor a correlação bem como analisar o papel que outros fatores ambientais podem desempenhar, como a vegetação e a hidrologia da superfície.

Os cientistas esperam que, reunindo dados de diversas fontes e abordando de forma mais inteligente o controle da dengue, eles podem nos manter um passo à frente da doença.