- por Roxana

Transformar o controle de vetores tradicionais com GVI

ThinkstockPhotos-152127228A dengue está se propagando rapidamente. É óbvio que temos de fazer mais – e rápido.
Mas como podemos agir se os recursos já atingiram o limite máximo? Se combatemos ao mesmo tempo a malária, chikungunya e muitas outras doenças transmitidas por vetores?
Para afastar estas doenças temos de ser mais espertos. Temos de aplicar todos nossos esforços onde essas doenças têm maior impacto.
Plano de ação
Para fazer esta ideia funcionar precisamos de um plano de ação e um panorama claro das doenças e vetores que devem ser atacados e onde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem o plano ideal. Conhecido como Gerenciamento Vetorial Integrado (GVI), é uma nova abordagem ao controle de vetores que ajudará os países a usarem as ferramentas e recursos que têm para atacar diversas doenças ao mesmo tempo.
Veja o exemplo das redes tratadas com inseticidas. Já pensou que fazem mais do que apenas nos proteger dos vetores da malária? Também protegem contra a dengue e muitas outras doenças transmitidas por vetores. São apenas um pequeno exemplo de proteção da população contra diversas doenças transmitidas por vetores de uma só vez. Inteligente, não acha?
Mas a GVI não usa apenas uma ferramenta para combater várias doenças, e sim várias ferramentas e recursos contra cada vetor e cada doença. Compartilhando recursos e experiências, a GVI demonstra como os setores da saúde, agricultura e educação podem controlar os vetores de forma mais eficiente.
Kit de ferramentas para guiá-lo
A GVI transforma o controle de vetores tradicionais. Transforma-o em um controle baseado em provas, mais integrado e participativo. Desencadeará mudanças nos papéis e responsabilidades à medida que o setor da saúde e os governos locais constroem novas ligações com outros setores e comunidades locais. Resumindo, requer um modo muito diferente de trabalhar e de pensar, e nem sempre é fácil.
Por isso, para ajudar, a Fundação Bill & Melinda Gates está financiando uma parceria entre a OMS e a Universidade de Durham para produção de kits de ferramentas de GVI. Estes guias práticos, um direcionado para a área Subsaariana e África, outro para as Américas e outro para a Ásia, fornecerão aos países informações detalhadas sobre planejamento e implementação da GVI adaptados a cada situação.
Os kits de ferramentas ainda não estão prontos, mas estarão no próximo ano (previsão de publicação no primeiro trimestre de 2016). Os kits incluirão tudo, desde sugestões para estabelecer estruturas organizacionais, para decidir quem faz o quê no setor público e privado e organizações comunitárias, a mapas de onde estão presentes até 10 doenças transmitidas por vetores. Explicam ainda quais as ferramentas que são eficientes no controle de cada vetor.
E há mais. Os kits de ferramentas também ajudam na vigilância de vetores e no monitoramento da progressão da doença, que, por sua vez, ajudarão os países a verificarem a eficiência da GVI.
As comunidades são a chave para o sucesso da GVI
ThinkstockPhotos-470801532As organizações de saúde, educação e governamentais terão dificuldades em obter o máximo valor da GVI se não tiverem o apoio da população local. Na verdade, as comunidades terão os papéis mais importantes na GVI, ajudando a identificar a localização dos vetores e o impacto destes.
Se implementada com uma abordagem abrangente e de colaboração, a OMS acredita que a GVI melhorará os resultados e salvará vidas. Se os governos, organizações e comunidades trabalharem em conjunto, acham que conseguiremos ultrapassar as doenças transmitidas por vetores? Compartilhe suas ideias com a gente e junte-se à Tribo da Dengue!